17:29

"Que venha




Que passe um mar dentro de mim pra levar sempre o que não foi bom e me abra os olhos de novo, pro novo. Pra ter coragem e fé todos dias pra dançar na vida, cantar sonhos, colecionar estrelas, guardar sorrisos em pacotes, aqueles que nascem por qualquer motivo... Nos meus dias plantar sementes brancas e ter um jardim forrado de trevos, de quatro folhas.

O que mais é a vida senão estar devotada aos sonhos... e o mar vem e vai levando e trazendo, uma eterna dialética, ajundando-nos a experimentar o sal sempre como um sabor transformado...
Os jardins, ah, os jardins! Nascem com pretensão de encantar, e a gente sorri vendo a vida verde sempre que a gente abre os olhos pra vê-los...

17:21

Novo


Não subestime os outros, nem os idolatre demais.
Seja educada, mas não certinha.
Não minta, nem conte toda a verdade.
Dance sozinha quando ninguém estiver olhando.
Divirta-se enquanto seu lobo não vem
[ Martha Medeiros]

04:57

Alivia minha alma...


"Alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade,faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte,faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária, faze com que eu não Te indague demais,porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que me lembre de que também não há explicação porque um filho quer o beijo de sua mãe e no entanto ele quer e no entanto o beijo é perfeito, faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensível eu fui criada e eu mesma também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la,abençoa-me para eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma, pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém."

Trecho do livro "Uma aprendizagem", de Clarice Lispector.

17:32

Esquadros



Esq
uadros

(Adriana Calcanhoto)

Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar

Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus

Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone

E vendo doer a fome dos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(Quem é ela? Quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde
Transito entre dois lados, de um lado

Eu gosto de opostos
Expondo meu modo, me mostro
Eu canto para quem?
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

18:40

O QUE A MEMÓRIA AMOU FICA ETERNO



A frase é de Adélia Prado e a li num livro de Rubem Alves.
Amor, palavra de apenas quatro letras e que encerra dentro de si tudo que realmente necessitamos. Ficar eternizado sempre foi objetivo do ser humano.
Muitos perseguem o eterno quando ele pode ser alcançado de maneira tão simples.
Basta olhar para a história e constatar que aqueles que alcançaram este objetivo foram os que colocaram amor no que faziam.
O ser humano tão logo se tornou um ser com um mínimo de racionalidade já se preocupava com eternizar um momento, uma lembrança, um fato, sem se dar conta que era isto que fazia. Os desenhos rupestres são testemunhas milenares deste fato. E estão ai até hoje como exemplo concreto deste fato.
Governantes, empresários, políticos, administradores, esportistas, competidores, procuram cada um em sua área, alcançar obsessiva, compulsória e na maioria das vezes conscientemente este objetivo, embora sem o confessarem.
Do passado ficaram exemplos marcantes de grandes obras e feitos de pessoas que sacrificaram povos, em prol destes objetivos grandiosos. Poucos são os monumentos que resistiram ao tempo para atender o objetivo proposto.
Buda, Confúcio, Cristo, Gandhi para ficar em nomes dos que cultivaram o amor irrestrito, pura e simplesmente, alcançaram tal feito.
A morte que alcança todo ser vivo, não fez desaparecer seus feitos, atos, palavras. Pelo contrário, fez germinar o que amavam e ensinavam. Qual semente que precisa morrer para renascer.

17:19

{...} se deve viver apesar de.



“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.

Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita fui a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.”


Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.

Clarice Lispector

16:49

Quintais


Há muitos quintais por aí. De todos os tipos. Os que são repletos de rosas, margaridas, begônias, tulipas. E esses são apelidados de floridos. Há os silenciosos cheios de causas e consentimentos de saudades. Tais possuem um mar de mistérios.
Há quintais que são simples, por isso insistem em guardar dizeres. “-Quintais não falam!” Mas dizem, meu bem. E tanto. Simples, fotografam a mesma borboleta diariamente e à noite montam diálogos longos e escrevem desenhos imaginários. Mesmo sem braços, em um quase não-existir.
Há os quintais que são leves. Perdem-se em sua imensidão para não deixar os visitantes conhecerem seu abismo. Perdem-se em flores e sorrisos desmedidos. Constantes, intensos, incondicionais.
E há a ventania que fere os quintais mais sensíveis. E fere até os brutos, se duvidar. São os brutos que se deixam ferir por não serem tão brutos assim como pensam.
Quintais guardam amor e juntam esperas. Os corações desses quintais batem descompassados porque têm motivos pra bater assim. E, na essência, cada quintal guarda um céu.

16:38

Dentro de mim

16:32

Essência

Que as borboletas sejam azuis. Que o sol vá sempre comigo no bolso. Que Tita nunca deixe de chorar lágrimas de chocolate ao cortar cebola. Que as pessoas tenham humores interessantes. Que eu nunca tenha medo de tirar com as mãos as ervas daninhas e pragas das hortas. Que eu siga duvidando. Que eu siga colorindo. Que eu siga aromatizando. Que eu saiba ferver água com perfeição. Que eu não tenha medo do amor. Que eu preserve o gosto pelas coisas mais simples do dia-a-dia. Que a poesia nunca morra dentro de mim, por mais que a esperança esteja por um fio. Que pequenos gestos façam, para sempre, toda a diferença. Que os meus medos não me consumam. Que os valores sempre se renovem. Que a essência nunca morra. Que eu siga gostando de sentir os meus pés tocando as nuvens e, por hora, o chão. Que eu seja sempre despida de protocolos. Que eu nunca deixe de cultivar o meu jardim. Que as minhas flores nunca murchem. Que eu nunca deixe de sentir paz ao olhar o horizonte. Que as músicas continuem sendo perfumadas. Que as crianças continuem sendo espontâneas. Que eu nunca deixe de transbordar ao ler Clarice Lispector transbordando. Que as estrelas sempre apareçam para mim. Que eu possa espalhar algum pozinho de pirlimplimplim por ai. Que eu consiga manter a espinha ereta. Que eu consiga erguer novamente os meus castelos. Que eu nunca deixe de sonhar. Que as amoras nunca me deixem.

19:49

Complexos


Palavras simples, sentimentos complexos.

18:55

Cabra marcado para morrer

“O papel do intelectual não é

mais o de se colocar “um pouco na frente

ou um pouco ao lado” para dizer a muda

verdade de todos; é antes o de lutar

contra as formas de poder exatamente

onde ele é, ao mesmo tempo, o objeto e

o instrumento: na ordem do saber, da

verdade, da consciência, do ‘discurso"





Terminei de ver o filme com a sensação de que aquilo não havia acabado e por isso resolvi escrever... percebi que nas tantas vezes que passei em sala de aula este filme, tem sempre algo inacabado, as vezes me desvio de tecer a veia histórica que existe em mim. No tocante a escrita um filme histórico coloca um desafio a mais, pois exige o conhecimento do contexto abordado. Por outro lado, é grande a chance de nos sentirmos perdidos diante de um conjunto enorme de dados históricos e personagens da época.


“Cabra marcado para morrer” é um documentário de inegável importância para a cinematografia brasileira. O filme de Eduardo Coutinho além de trazer intervenções estéticas em termos de linguagem de documentário, levou para as telas a história de uma família marcada por tragédias e sofrimentos durante um período crítico da nossa história política.
A partir da história pessoal de cada um dos personagens, o filme vai traçando um panorama de vários momentos da história, ao mesmo tempo em que denuncia a luta dos camponeses pela reforma agrária e as injustiças e desigualdades sociais as quais o povo é submetido. Sendo assim um importante filme político, a partir do momento em que questiona políticas sociais e do governo, ou seja, as ações humanas que, em si, são políticas.
Em 1962, Coutinho era membro do CPC (Centro Popular de Cultura) da UNE Volante que percorria o país com o objetivo de promover a discussão da reforma universitária. Em abril, os estudantes chegam à Paraíba, duas semanas depois do assassinato de João Pedro Teixeira - fundador e líder da liga camponesa de Sapé - por ordem de latifundiários. Tais ligas camponesas eram criadas desde os anos 50 com o objetivo de conscientizar o trabalhador rural e defender a reforma agrária.
Eles se dirigem à Sapé e, no dia seguinte a chegada, há um protesto contra o assassinato de João Pedro onde Coutinho conhece sua viúva, Elizabeth Teixeira. A partir daí surge a idéia de fazer um filme de ficção sobre a vida e a morte de João Pedro na luta pela reforma agrária, em que os camponeses do local, Elizabeth Teixeira e seus filhos representariam seu cotidiano em frente às câmeras interpretando seus próprios papéis. As cenas seriam filmadas nos locais reais e com os participantes reais (não-profissionais) da história.
Dois anos depois, com o roteiro pronto, começam as filmagens, mas um conflito na região, envolvendo policiais, funcionários de uma usina e camponeses, resultou na morte de 11 pessoas e a ocupação da região. As filmagens são então transferidas para o Engenho da Galiléia (PE) - onde havia surgido a primeira liga camponesa do Brasil. Os atores eram escolhidos entre os camponeses locais. Dos antigos atores, só Elizabeth interpretaria ela mesma.
Mas as filmagens são novamente interrompidas quando, logo após o golpe militar de 64, militares invadem o local a procura de “subversivos” e o equipamento de filmagem, um “vasto material subversivo (...), filmes para a formação agitadora dos camponeses” (como foi veiculado na imprensa) é todo apreendido. Porém, parte do material filmado já havia sido enviado para o laboratório no RJ o que permitiu que fosse recuperado posteriormente. Alguns membros da equipe foram presos e outros se esconderam na mata, fugindo no dia seguinte.
A partir daí, com o controle do país nas mãos dos militares era impossível realizar qualquer filmagem, qualquer agitação popular era considerada subversão. Os profissionais que trabalhavam no filme são obrigados a fugir, Elizabeth Teixeira vira Marta Maria da Costa e foge com o filho Carlos para uma cidade do Rio Grande do Norte e seus filhos se dispersam pelo país como refugiados e são criados por parentes.
Com a abertura política comandada pelo General Figueiredo, 17 anos depois, Coutinho volta aos mesmos locais numa tentativa de reencontrar seus personagens. Desta vez não há roteiro, há a curiosidade de saber o que aconteceu com as pessoas, projetar as imagens que haviam sido filmadas na época e a intenção de retomar o projeto. Assim, inicialmente, ele faz um filme sobre o filme interrompido (que era uma ficção baseada em fatos reais), em que ele ao mesmo tempo em que conduz a história, é um dos seus personagens, conversa com a equipe e com os personagens: participa dos dois lados da história, na frente e por trás das câmeras.
O primeiro local a ser visitado é Galiléia, o diretor reencontra os camponeses, conversa, quer saber do que eles lembram – e nós acompanhamos todo o trajeto. À noite, são projetadas as imagens que haviam sido filmadas e salvas e o que mais chama a atenção dos moradores é o fato de se reconhecerem na tela mais jovens.
Depois o diretor sai em busca de Elizabeth e seus filhos. Abraão (o mais velho) conduz a equipe até Elizabeth que, ao virar Marta, tenta recomeçar sua vida, mas nunca esquecendo a eterna luta pelos direitos dos trabalhadores. Depois da retomada do filme, de concordar a ser filmada, volta a ser Elizabeth, sai da clandestinidade e reencontra alguns de seus filhos. E nós acompanhamos tudo isso pelas lentes da câmera – o filme que interfere na realidade. Como observa Avellar, o filme é “...uma ficção com vontade de ser documentário, um documentário com vontade de ser ficção.”
Depois do inesperado reencontro, conversa com Coutinho e vai contando a história da sua vida. Fala do filho de 11 anos que levou um tiro três meses depois do pai ser assassinado, a filha que oito meses depois se suicida - sendo este um dos momentos mais carregados dramaticamente no filme. No primeiro dia foi a surpresa, ela fala do passado, relembra o sofrimento no dia da morte de João Pedro. No dia seguinte, ela reconhece que se emocionou e “não falou direito” e então relembra desde o começo de como conheceu João Pedro até sua trajetória política.
Outro depoimento marcante é o de João Mariano (que interpretaria João Pedro no filme de 64) ele era o único que não pertencia ao Engenho da Galiléia e não tinha participação no movimento camponês mas, como estava sem trabalho, acabou entrando no filme e logo se identificou com a história de João Pedro, pois também se encontrava ameaçado de morte. Logo no começo da entrevista, Coutinho comenta que o vento pode estar atrapalhando o áudio e à interrupção do diretor segue-se o silêncio de João Mariano, como se hesitasse em falar, mas depois de um silêncio, ele começa a falar de sua experiência com o filme.
Há os depoimentos dos filhos: Manoel (que estava com o avô) apesar de não ter lembranças da família, nem fotografias, refez o túmulo do pai que havia sido destruído. O filho (José Eudes) conta que nem sequer chegou a conhecer alguns irmãos, mas que sempre pensa na família em tudo que aconteceu.
Assim, o filme de 84 vai buscar na memória de seus personagens de 64 os fatos da época, as lembranças de tudo que aconteceu e deixou marcas permanentes na vida de cada um. Se, a princípio, os fatos seriam reconstituídos em forma de ficção, agora são reconstituídos através da memória. Os depoimentos dos personagens que recontam o passado são entrecortados pelas imagens que puderam ser salvas em 64.
O filme de Coutinho além de retratar uma história – ou um período histórico – também sofreu suas conseqüências e foi alvo das injustiças da época, ele mesmo fazendo parte da história que conta.
Os assassinos de João Pedro foram descobertos: dois soldados da polícia militar e um funcionário de fazendeiro. O mandante era latifundiário e, ao assumir uma cadeira na Assembléia Legislativa ganhou impunidade. Um deputado e quatro suplentes renunciaram para permitir a sua posse, encerrando o processo. Os executores foram julgados e absolvidos jogando mais um caso na impunidade.
No final do filme, em sua última fala, Elizabeth denuncia: “A luta não para. A mesma necessidade de 64 está traçada (...) do operário, do homem do campo. A luta não pode parar. Enquanto existir fome e salário de miséria o povo tem que lutar (...). É preciso mudar o regime, a democracia (...) democracia sem liberdade? Democracia com salário de miséria? Democracia como filho do operário sem direito de estudar?” É o retrato de uma realidade registrada há 24 anos e que, infelizmente, permanece atual.

14:31

Vento

19:36

A Medida da Paixão - Lenine



Um momento onde essa música diz tudo...
Falou nas profundezas de suas palavras o que sente agora meu coração.

É como se a gente
Não soubesse
Prá que lado foi a vida
Por que tanta solidão?
E não é a dor
Que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão...

Foi!
O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Foi!
O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou...

É como se a gente
Pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração...

Foi!
O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Nem me avisou!
Foi!
O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou...





18:48

Pintando



...Porque somos a vida que levamos, com nossos erros e acertos, qualidades e defeitos, sorrisos e lágrimas...

18:42

Realidade


"A realidade é uma ilusão, bastante persistente." (Albert Einstein)

18:41

Novas cores

“Vou pintar com as cores da primavera um novo tempo em minha vida”

18:38

Eu sou

Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que as pessoas me enxergam.
(Carlos Drummond de Andrade)

08:06

Vida

Ah coração vê se não esquece de me fazer sentir mais e mais, e de querer com quem não sabe, mas apenas deseja sentir teus instintos numa única devoção.É quando você me enche de sensações e me adormece ainda pulsando...É VIDA!

19:20

Pensando bem...




"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo."
Caio Fernando Abreu

19:07

Círculo vicioso

{...} Espero um dia poder sair deste círculo vicioso em que minha "alma" caiu.

18:40

"Mulher é desdobrável. Eu sou." Adélia Prado.




Ah, não sei, não. Não é de mim ser moderada. Não é de mim sentir pela metade. Gosto e venero o improvável. Minhas tristezas são intensas, minhas verdades absolutas. Não gosto de frases-feitas. Não quero superfícies. O razo não me satisfaz. Sou a favor de gente de verdade. De quem não tem medo e a dar a cara a tapa. Liberdade de ser, coragem boa de se mostrar. Ser louca, linda, chata. Eu sou assim. Sou volúvel. Tenho um temperamento difícil. Uma TPM horrível. Mudo de humor conforme a lua. E tenho um coração que me engole. Quando eu quero, vou lá e me sirvo. Quando estou com vontade, vou lá e faço. Quando me entrego, me entrego por inteira. Não quero uma vida pequena nem um amor pequeno. Eu quero meus defeitos, efeitos e loucuras. Na verdade, sempre fui diferente. Sempre tive um jeito meio de bicho-do-mato. Nunca gostei de enrolação. De papo furado. Gosto de pessoas diretas. E odeio linha reta. Meus caminhos são tortos. Minha vida nem eu mesma entendo. Tenho um coração livre, mesmo amando tanto. Vôo alto, sim. Não poupo verbo. E vivo de palavras. É, pode me chamar de louca. Mas eu escolhi isso para mim: viver de palavras. Elas me alimentam a alma. Quer me encontrar? Estou aí, bem aí. Na rima. Na frase. No poema. Na música. Nunca sei a hora certa. Não existe começo nem fim em mim. Sou sensível ao extremo. Choro por qualquer coisa, mas não é qualquer coisa que me faz chorar. Por isso, eu te peço, se eu gostar de você, procure gostar de mim. Sou mais feliz do que triste. Adoro abraço. Adoro gente. Quase nunca estou para ninguém. Não gosto que me sufoquem. Mas amo está grudada, amarrada, amassada. Gosto de pegar, sentir, tocar. O meu verbo é sentir. E eu sinto. Sinto muito. Gosto e almejo a liberdade. Não pergunte aonde vou, mas me peça para voltar logo. Vivo sem entender. E nem procuro razões para viver. Sigo a vida conforme o roteiro. Um roteiro que não existe. E eu crio. Não me considero fácil, mas nem tão difícil. Quer me entender? Vá em frente, meu amigo. Boa sorte!

18:35

SAUDADE


Foi junto com ele:

O coração
O sorriso
E os dias intensos.

Ficou comigo:
O vazio
A saudade
E o silêncio.

E nunca morre:
A lembrança do olhar
A vontade de reencontrar
E o amor. Que não cansa de amar.

18:32

Sigo palavras


Há quem diga que um olhar vale mais que mil palavras. Eu descordo. Amor para mim tem que ter cheiro, gosto e FRASES. Por isso, ESCREVA. Escreva porque eu quero te ler. Quero sublinhar seus substantivos. Encontrar seus verbos. Descobrir seus sujeitos. Quero me alimentar das suas palavras. Me encontrar na sua rima. Eu quero morder, tocar, provar, sentir, OUVIR. LER. Então, por favor, DIGA. Qualquer coisa que seja, qualquer frase, qualquer palavra perdida, FALE. ETERNIZE. Pois este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome.

18:27

Nada é muito quando não é demais




Pode ser que no final os sentimentos se reorganizem, que as dúvidas se acabem, que as vontades se desfaçam e que tudo se dissolva em pó. Pode ser que ele volte, que o mundo acabe, que todas as mentiras sejam descobertas. Pode ser que todos resolvam amar e acreditar. Pode ser que o capitalismo tente parar de tomar decisões por nós. Pode ser que esse falso liberalismo suma. Pode ser que as pessoas passem a agir mais pelo coração, que criem coragem e que estabeleçam suas metas. Pode ser que o clima mude, que eu morra amanhã. Pode ser que tudo evapore e eu fique só. Pode ser que todo mundo deixe de me amar ou que todo mundo passe a gostar de mim. Pode ser que eu caia e desmorone, mas - pode ser - que eu levante e me torne forte. Tudo pode ser. Tudo pode acontecer. Vivemos sem saber, lutando contra o tempo e com um dúvida que nunca morre. Eu acredito nesse "pode ser". Acredito que tudo pode mudar, que AS PESSOAS possam mudar, melhorar. A vida é uma caixinha de surpresas onde os embolados jogados dentro do armário podem desmorar a qualquer momento. Ninguém é desdobrável, ninguém é insulperával. Temos que abrir a mente para novas idéias, e entender que nada é muito quando não é demais. As coisas nem sempre saem como planejamos, como queremos e como sonhamos. Muitas vezes nos perdemos, nos desencontramos de nós mesmos. É a realidade. Você pode se decepcionar milhões de vezes com a mesma coisa, mas enquanto você não aprender, vai sofrer e vai doer sempre que esse erro vier à tona. NÃO ADIANTA! Estaja alerta para a regra de três: o que você dá, retornará para você. Você só ganha o que merece. Desapontar pessoas faz tão parte da vida quanto tomar café. Mentira minha? Duvido. Eu acredito que nossos erros - todo eles - nós pagamos. Não sei se da mesma forma, ou se ameniza ou piora. Talvez pagemos todos de uma só vez. (Ou não!). Tudo pode ser. A vida é feita de pode ser. Nunca temos convicção do que falamo. Vivemos em um meio que nem entendemos o porquê. Só sei que uma coisa eu entendo: que se entendéssimos, não seria tão maravilhoso viver. Viver é lindo. E atire a primeira pedra quem quer sair daqui antes de realizar todos os sonhos. Se eu morresse hoje, não morreria feliz. Tenho muitas coisas à resolver por aqui. Tantos sonhos anotados na caderneta. Tantas crônicas, poesias e poemas guardados esperando uma oportunidade. Tanto coração. Tanta vontade. Tantos sorrisos a serem soltados. Tantas palavras a serem ditas. Eu preciso viver! Preciso, de verdade. Mas nunca se sabe. Eu tinha uma amigo que ontem morreu. Sabe como? Dormindo. Coisa mais linda isso. Ele era uma pessoa linda. Tinha um coração lindo e não merecia morrer. A vida, muitas vezes, é injusta. Mas quem cobra justiça aqui? Quem julga o que é certo ou errado? Nós?! Quem somos nós... Por isso que os digo: viva o hoje. Sem medo. Sem pensar em nada, só em ser feliz. E sempre ao acordar, reflita. Pense no que deve fazer, ajuste-se. Ajuste seus tons, seus erros, suas falhas. Diga para si que precisa ser melhor. PORQUE O MUNDO PRECISA DE PESSOAS MELHORES. Tudo começa pela gente. Muitas vezes, uma atitude nossa muda, ajusta e renova.Talvez alguém esteja precisando só de um empurrão, basta só mais um passo: ! Porque amanhã pode ser que seja tarde.

18:24

Eternize



Não me venha com superfícies, frases-feitas e meios termos.
O razo não me satisfaz.
Odeio quem poupa verba.
Não existe começo nem fim em mim.
Por isso, te peço:
eternize.

18:18

Clarice sabe...

"(...)

- Este tecido é feito pela fada Miragem - respondeu a costureira.
- E como que a senhora corta?
- Com a tesoura da Imaginação.
- E com que agulha o cose?
- Com a agulha da Fantasia.
- E com que linha?
- Com a linha do Sonho."
(Monteiro Lobato)


Tem uma frase linda da Clarice Lispector que diz: "Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam". Ah, leio esta frase e fico submersa. Tanta coisa existe se acretidarmos que elas existem. Tantos mundos inventados tornam-se reais quando acreditamos que são reais. Clarice sempre falou por mim. Cada uma de suas palavras ditam a voz do meu coração. Desde o início ao fim, penso: é, eu não estou sozinha. Clarice sabe, sempre soube. Ela já sentiu o que estou sentindo. Já teve seu coração machucado e não parou. Assim como eu não paro. Não paro porque a poesia mora em mim. A música aqui dentro não pára. Sou fácil de se ler, só não tente entender porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto. E é incrível como a força do meu acreditar vai além das tantas coisas possíveis nessa vida. Eu invento histórias para ser feliz. Invento romances para ver se acredito em mim. (Acredita?). Vivo no meu paraíso. E aqui existem palavrinhas sagradas e vozes que ditam e gritam: desligue-se, renove-se, reinvente-se. Esse mundo surreal de sonhos que me fazem acreditar. Acreditar em você, em propagandas de shampoo, em anjos. Acreditar em tudo. E isso me move. É essa fé que me faz levantar todo dia e pensar que preciso ser uma pessoa melhor. E não só preciso, como eu quero! Quero me ajustar. Quero acrescentar tudo que falta dentro do meu mundo. Não procuro a perfeição. Eu procuro - a tão procurada - felicidade plena. Procuro mais união. Mais fortaleza. Mais amor. O mundo não está nesse "salve-se quem poder" só por causa das guerras, do aquecimento global e dos nossos tantos medos camuflados por trás de materiais. Não. O mundo está triste porque parou de acreditar. As pessoas passaram a ser o espelho uma das outras. Por isso eu acredito. Tento mudar o modo de pensar das pessoas não para torná-las o reflexo de mim. Tento porque acredito na capacidade de mudança delas. Tento e sempre - quase sempre - me julgam por ser assim. Mas não faço por mal. Faço porque me preocupo mais com os outros do que comigo mesma. As suas dores são minhas dores. Eu sinto pela sua dor. Me dói não te ver sorrindo. Posso dar um dica? Que tal nos desligarmos? Vamos mudar o CD. Para ficar ligado é preciso saber desligar. Respeite sua hora. Respeite seu tempo. Não tenha preça. Quebre a rigidez. Ouse. Brinque. Viva com mais leveza. E - por favor - desligue-se. Agora grife isso: muitas coisas só têm seu fim quando nós queremos que elas tenha. Se não nos faz bem, pra que continuarmos? RENASÇA. Não vou começar com meus blablablás, prometo. Só acho que ouvir e mudar de opinião não quer dizer que sejamos sem caráter. Muito pelo contrário. Estamos mostrando para si que sabemos ouvir. Que sabemos mudar e nos ajustar. Que temos a humildade de dizer que não estamos certos. Estamos sujeitos à mudanças a todo instante. Então, vem cá. Que tal analisarmos nossas idéias com as opiniões das pessoas para refletirmos e juntarmos as peças do quebra-cabeça? Olhe bem para si mesmo. Veja o que está faltando nesse coração. Jogue o que não serve no lixo. Pegue suas peças, junte-as, cole-as, monte-as. E as que estão faltando é por sua conta. É como um jogo de cobra-cega que se não ouvirmos bem, não encontramos o tesouro. Então, OUÇA! Ouça porque não aprendemos tudo sozinhos. Não sejamos egoístas. Vamos nos abrir para o mundo. Porque a vida nos pega de surpresa tantas e tantas vezes. E nos auto-desligar e auto-conhecer será sempre preciso. Ela vem tão rápida e diz "CHEGOU A HORA" que não temos tempo de pensar se estamos ou não dispostos. E se não estivermos? Isso é consequência da nossa falta de coragem. Eu penso assim: quem não acredita, teme. Não minto que sou cheia de medos. Tenho medo de Jornal Nacional, de aranhas e de filmes de terror. Mas medo de viver eu não tenho. Não tenho medo de recomeçar e dizer: eu acredito no que invento e sou feliz assim. Pois eu juro que quem sonha é mais feliz.

18:03

Às avessas




Sou livre e - quem quiser - que me deixe ser assim. Leve e solta! Sou às avessas. Tenho preguiça de quem prefere o morno. Profundo sono de quem não erra. Sou fácil de se ler, difícil de se entender. Nunca estou satisfeita com esse ser que vive aqui dentro. E não tento mais encontrar respostas porque sei que será sempre a mesma: não há. Não há resposta. Já me contentei em não-entender a vida (por enquanto!). Sou de lua. Sou guerreira. Sou virginiana. Sempre quero o vôo mais alto, a vista mais bonita, o amor mais verdadeiro, o beijo mais doce. Tenho um lado metida de ser. Uma coragem que não morre. Um hábito - bom ou ruim? - de querer mudar a vida das pessoas. Vivo pra sentir. Sou amadora de carteirinha (e assino embaixo) de todos os luxos e lixos dessa vida. Tenho uma fé que me move. Sonho ilimitadamente. Não me pergunte o porquê nem até quando. Eu não sei. Não uso relógios. Não me importa se estamos em março ou abril. Nunca sei a hora certa. Sou ciumenta. Tenho uma teimosia que não me deixa. E aquele "q" de quero mais que não passa. Me encontro - sempre - nas palavras. Acho que é porque elas - só elas - entendem. Me entendem. Por isso, te peço (de um jeito meio sem-vergonha que é assim que costumo ser): me deixe ser, assim, do jeitinho que eu sou. Meio bicho, meio gente. Não existe começo nem fim por aqui. Gosto de pessoas inteiras. E quero de ser inteira também. Permita-me. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Tenho um lado meio "sem pudores" que fala o que pensa, é de mim. Poucos aceitam ouvir a verdade, mas eu aceito a minha realidade. É tão difícil de entender? Se eu gostar de você, tenta não me deixar tão solta (tá?). Eu amo a liberdade, mas adoro que me aguarrem, que me segurem e que peçam: FICA! Ou então, pelo menos, prove! Me prove. Eu gosto disso. Faço birra. Invento. Sismo. Duvido. E nem por isso sou menos linda, menos legal, menos chata. Tenho mania de me catalogar e me interrogar. Sempre ao acordar decido que preciso ser um pessoa melhor. Não sou normal. Digo não ao tédio. Vivo sorrindo. E às vezes choro bastante. Tenho um coração na boca. Um lado druida que não some. Um amor que nunca morre. Uma rebeldia que às vezes me cega. Um jeito de viver selvagem, mas sou mansa com quem merecer. Sou bem mais feliz que triste, mas em momentos fico meio distante. Não exijo tanto das pessoas, acredito nelas. E vivo com uma vontade de ser muitas e muito e ter só um coração.


P.S.: "Pelo inferno e o céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia"...

18:42

Curtas


I
O amor justifica tudo.

Até os erros - contra ele próprio.







II
Meus pecados, Deus há de perdoar.
Sem eles, certamente, eu não haveria sobrevivido.

18:35

Opaco




Sem amor, eu murcho.
Planta esquecida, secando de sede sob o sol.
Tecido sem brilho, folhas caídas.

Sem ele, eu sangro.
Sou corpo rasgado, arrancado os pedaços
Agonizando, pedindo para tudo acabar - oras, logo de uma vez!

Sem amor, me perco.
Caminho sem norte, olhos vendados.
Luz apagada na alma, pernas fracas, palavras incompreendidas.

Assim, desapareço.
Apago aos pouquinhos, deixo de ser.
E não ser, há de ser algo bem estranho para um ser vivente.

18:27

Asas





Eu acordei no meio da noite
Ouvindo gritos e pios
No sonho desperto
Pássaros caminhavam na terra
Pois estavam sem asas
E eu chorava
Porque também perdi as que tive
Pelo caminho

15:51

Silenciar



"Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores

Que eu não sei o nome

Cores de Almodóvar

Cores de Frida"

Kalo-me.


15:41

Palavra



Como diz Rubem Alves, a palavra é testemunho de uma ausência. Como tal ela possui uma intenção mágica, a de trazer à existência o que não está lá...


Sinto uma vontade insana de não escrever, no sentir..... então, escrevo-me!

15:23

Soneto da Saudade (Guimarães Rosa)


Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!
Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas ...
E a te expressar que este amor em nós ungido
Suportará toda distância sem problemas ...


Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda a ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos ...
Nem a distância apaga a chama da paixão.

12:06

Debaixo do tapete


Decepção. Esta palavra não me sai da cabeça. Nem do coração. Ela vem de todos os lados, vestida com diferentes roupas, porém, sempre com a mesma cor. Uma espécie de cinza, meio marrom, sem brilho e sem graça. Mas como lidar com esse sentimento tão ruim e tão comum?

No dicionário, “decepção” quer dizer: malogro (insucesso, fim) de uma esperança; desilusão, desengano. É isso! É e-xa-ta-men-te isso!

Durante toda a vida, a gente aprende regrinhas de comportamento - isso pode, isso não pode -, aprende biologia, trigonometria, aprende a cozinhar (ou não), a camuflar os sentimentos e até a mentir para não magoar. Tudo isso para ser a “boazinha”. Mas ninguém te ensina o que fazer quando dá tudo errado e esse sentimento surge, certo? O preço que temos de pagar mais tarde, quando enxergamos a vida com mais clareza, é muitíssimo alto.

Dá, mas passa. Todo mundo tem. A decepção, normalmente, não vem sozinha. Vem acompanhada de muita raiva (que nem sempre detectamos, porque menina boazinha não sente isso) e de insegurança. Afinal, se deu errado até aqui, quem garante que vai melhorar? Reverter esse mal, assumir o seu verdadeiro eu, explodir a sua vontade são trabalhos que demandam muita energia. Mas nunca é tarde para zerar o cronômetro e, de novo, ir à luta. Atitude, aliás, que exige coragem.

Quando você é criança, te ensinam a sonhar com uma vida cor-de-rosa, mas ninguém sabe o que fazer se essa vida não vier. A sua sonhada carreira ou aquela família “propaganda de margarina” que, aos 20 anos, eram uma certeza, hoje, aos 30 e tantos... Cadê? Tudo vira uma sucessão de enganos e você, uma neurótica ansiosa. Até que um dia você se pergunta: por que foi mesmo que eu escolhi essa profissão? Não sei. Alguém sabe onde posso comprar um manual que desvende os mistérios do cérebro? Sim, porque euzinha já desisti de entender.

Quando você é mais nova, acredita que só tem um caminho: dar certo. Mas não dá e, aí, você tem duas opções: manter-se frustrada e infeliz, patinando em gelo seco ou... Recomeçar

Essa é a minha palavra preferida. Eu sempre disse que tenho um pouco de fênix, estou sempre renascendo, refazendo, recomeçando, porque eu quero ser feliz. Devo admitir que isso também exige muito de energia e esperança, mas prefiro morrer tentando.

Mudar de idéia, que, segundo um amigo meu, é sinal de inteligência, é permitido sim. Parar, quando tudo dá errado, e reavaliar, fechar os olhos e sentir o coração antes de tomar uma decisão, tudo isso é permitido quando o assunto é a sua felicidade. Portanto, se você encontra-se nessa situação:

Pare de ouvir os outros, principalmente aqueles que dizem que você está velha para mudar de rumo – isso não existe!

Não jogue o sentimento para debaixo do tapete, isso não vai eliminá-lo!

Seja absolutamente honesta com você mesma: o que você quer, o que você sente, o que fez errado de verdade, como pode mudar – e acredite, você pode!

Veja, isso está longe de ser uma receita ou uma sessão de terapia. São apenas toques que servem para mim, que aprendi: a decepção dá, mas passa!

04:40

Vislumbre de um olhar triste

Um certo olhar triste, vislumbre de incertezas, incertezas sobre coisas que se deseja e que se ama, incerteza sobre o futuro em um lugar ou em outro, incerteza sobre a capital ou o interior, incerteza sobre a capacidade de se chegar aos sonhos, Sonhos grandes como o futuro... Futuro, a maior das incertezas. A incerteza trás um pouco de tristeza sim, mas também trás a força necessária pra seguir sempre em frente.

19:14

Acordar




Estou aprendendo aos pouquinho que não se pode esperar o amanhã para se decidir o que você quer ser hoje. O tempo é aqui e agora, e cada momento só se fará verdadeiro quando se acordar da sonolência, da inércia e da espera pelo o que se acha que os outros poderão fazer por você.


Acordar

19:04

Coração Selvagem




O tempo nos leva para encontros e desencontros no próprio tempo, assim explico minha toral dedicação aos meus afazeres, diversos.Em voltas a tantos compromissos.
Que seja sempre um coração selvagem este meu:

“Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão,

o meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver.

E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza

e arriscar tudo de novo com paixão”

(Coração Selvagem, Belchior)

15:51

Sala de aula


"A sala de aula é um local do ponto de vista das relações que se estabelecem entre aluno aluno, aluno e professor e destes com o conhecimneto , uma vez que, cotidianamente, essas relações têm ocorrência sistematica, sendo planejadas com base em alguma perpectiva didático-pedagógica. Nesta parte, será considerado o aspecto cognitivo delas, lembrando, no entanto, que outros aspectos igualmente importantes, tal como o afetivo, estão presentes nas interações entre professor e alunos em sala de aula"
(Demétrio Delizoicov)

15:19

EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS




A educação sem fronteiras é o sonho de qualquer educador, de todo aluno e de todos os pais de alunos, enfim um sonho para uma sociedade mais justa. Mais justa a medida que o ensino vai além das fronteiras do preconceito em todas as suas formas, abrangendo e levando educação de qualidade a todos, sem distinção de raça, classe social, sexo, ou qualquer outro tipo de diferenciação. Para tanto, é necessário indicar pistas de um agir coerente com a responsabilidade, com a conseqüência das escolhas que um ser humano traça em sua existência, e é esse o dever primeiro da escola!

A educação é um dos pilares da sociedade e a forma como as instituições de ensino conduzem o aluno, trazem significativas mudanças para o futuro tanto do aluno como da sociedade.

O aluno precisa ter no ambiente escolar um porto seguro, um local que alem da aprendizagem, propicie seu bem estar, seu crescimento continuo.

A instituição escolar deve transmitir alem dos ensinamentos curriculares os ensinamentos básicos para um bom convívio em sociedade e para tanto extirpar toda e qualquer forma de preconceito, toda ação ou omissão nesse sentido. A escola deve cumprir seu papel social. Deve ser socialmente responsável. Deve propiciar uma educação sem fronteiras.

A educação deve se pautar no ato de educar, de formar o indivíduo para um futuro profissional, mas também para um bom convívio em sociedade - antes de tudo temos que reconhecer que as diferenças existem - e as distinções em forma de preconceito não podem e não devem ocupar lugar nesse ambiente.

Portanto, o preconceito ou injustiça não são apenas em função de alguns grupos serem prejudicados na aquisição de escolaridade, mas também devido ao fato desta divisão de grupos determinarem as chances dos indivíduos por toda vida, e por longas gerações. Nelson do Valle Silva neste sentido diz que:

"(...) alguns estudiosos da questão [e.g. Tilly, 1999] sugerem que de maior significância sociológica é a análise das desigualdades entre grupos sociais definidos a partir de categorias nominais, tais como as de gênero ou raça, dada a possibilidade da existência de instituições [por exemplo, mecanismos discriminatórios ou de segmentação de mercado] que as mantenham, tornando-as "desigualdades duráveis". As desigualdades entre indivíduos podem ter origem numa quantidade muito grande de fatores, muitos deles irrelevantes para a análise, incluindo mesmo um elemento irredutivelmente aleatório, que alguns interpretam como "acaso" ou "sorte" [e.g. Jenckins et alii, 1971]. Assim, de um ponto de vista de justiça social, pode-se argumentar pela maior relevância de se focalizar a evolução das desigualdades entre grupos sociologicamente relevantes do que pela exclusiva fixação na desigualdade entre pessoas. (Silva, 2003, p.455)".
Através da escola, da faculdade, enfim do ensino de forma geral o aluno é, a cada dia, moldado em conformidade com os parâmetros da instituição e dos seus professores e colegas, portanto o convívio com estes refletirá para sempre em sua vida. A educação é o instrumento mais eficaz para se moldar valores, comportamentos e habilidades. A educação, face à evidente globalização do planeta, deve preparar as gerações futuras para uma sociedade multicultural.

Canen (2001) define o multiculturalismo como um conjunto de princípios e práticas voltados à valorização da diversidade cultural bem como para o desafio de preconceitos e estereótipos a ela relacionados. O multiculturalismo é visto como um princípio ético que tem originado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi vetado o direito de preservarem suas características culturais.

Portanto é necessário introduzir elementos de uma visão mais universal nos bancos escolares, de maneira a criar uma apreciação pelo diferente. As diferenças não se constituem necessariamente em conflito e o conflito não implica obrigatoriamente em discriminação ou violência, assim como harmonização não significa homogeneidade.

Outro fator preocupante é o individualismo que acomete o ser humano dia -a- dia. Os seres humanos, às vezes, se assemelham a máquinas movidas pela vaidade. Caminham sem saber para onde.

Melhor seria se essa individualidade fosse substituída por laços de ternura e companheirismo. Afinal o que são os alunos e professores, senão colegas em busca do eterno aprendizado?! Neste sentido Augusto Cury em sua obra, Pais brilhantes Professores fascinantes:

"A educação moderna está em crise, porque não é humanizada, separa o pensador do conhecimento, o professor da matéria, o aluno da escola, enfim, separa o sujeito do objeto."

A secura e distanciamento entre professor e aluno devem dar lugar a uma relação de carinho e proximidade. Uma proximidade tal que o aluno seja levado a querer aprender. A desejar sempre mais e que o educador sinta-se como um elemento de importância fundamental na vida daquele aluno que levará para sempre os ensinamentos adquiridos. Enfim, o professor deve ser um aliado na construção do indivíduo - aluno e não, simplesmente, um transmissor de disciplinas.

Educar sem fronteiras é educar com amor!

Referencias

CANEN. Universos Culturais e Representações Docentes: subsídios para a formação de professores para a diversidade cultural. Educação & Sociedade, 2001, n.77, p.207-227.

CURY A. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes: Ed. Sextante - RJ - 2003, pág. 139.

SILVA N. V. 2003b. Duas décadas de seletividade marital educacional no Brasil. In: SILVA, N. V. e HASENBALG, C. Origens e Destinos - Desigualdades sociais ao longo da vida. Rio de Janeiro: Topbooks, p.359-380.