15:23

Soneto da Saudade (Guimarães Rosa)


Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!
Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas ...
E a te expressar que este amor em nós ungido
Suportará toda distância sem problemas ...


Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda a ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos ...
Nem a distância apaga a chama da paixão.

12:06

Debaixo do tapete


Decepção. Esta palavra não me sai da cabeça. Nem do coração. Ela vem de todos os lados, vestida com diferentes roupas, porém, sempre com a mesma cor. Uma espécie de cinza, meio marrom, sem brilho e sem graça. Mas como lidar com esse sentimento tão ruim e tão comum?

No dicionário, “decepção” quer dizer: malogro (insucesso, fim) de uma esperança; desilusão, desengano. É isso! É e-xa-ta-men-te isso!

Durante toda a vida, a gente aprende regrinhas de comportamento - isso pode, isso não pode -, aprende biologia, trigonometria, aprende a cozinhar (ou não), a camuflar os sentimentos e até a mentir para não magoar. Tudo isso para ser a “boazinha”. Mas ninguém te ensina o que fazer quando dá tudo errado e esse sentimento surge, certo? O preço que temos de pagar mais tarde, quando enxergamos a vida com mais clareza, é muitíssimo alto.

Dá, mas passa. Todo mundo tem. A decepção, normalmente, não vem sozinha. Vem acompanhada de muita raiva (que nem sempre detectamos, porque menina boazinha não sente isso) e de insegurança. Afinal, se deu errado até aqui, quem garante que vai melhorar? Reverter esse mal, assumir o seu verdadeiro eu, explodir a sua vontade são trabalhos que demandam muita energia. Mas nunca é tarde para zerar o cronômetro e, de novo, ir à luta. Atitude, aliás, que exige coragem.

Quando você é criança, te ensinam a sonhar com uma vida cor-de-rosa, mas ninguém sabe o que fazer se essa vida não vier. A sua sonhada carreira ou aquela família “propaganda de margarina” que, aos 20 anos, eram uma certeza, hoje, aos 30 e tantos... Cadê? Tudo vira uma sucessão de enganos e você, uma neurótica ansiosa. Até que um dia você se pergunta: por que foi mesmo que eu escolhi essa profissão? Não sei. Alguém sabe onde posso comprar um manual que desvende os mistérios do cérebro? Sim, porque euzinha já desisti de entender.

Quando você é mais nova, acredita que só tem um caminho: dar certo. Mas não dá e, aí, você tem duas opções: manter-se frustrada e infeliz, patinando em gelo seco ou... Recomeçar

Essa é a minha palavra preferida. Eu sempre disse que tenho um pouco de fênix, estou sempre renascendo, refazendo, recomeçando, porque eu quero ser feliz. Devo admitir que isso também exige muito de energia e esperança, mas prefiro morrer tentando.

Mudar de idéia, que, segundo um amigo meu, é sinal de inteligência, é permitido sim. Parar, quando tudo dá errado, e reavaliar, fechar os olhos e sentir o coração antes de tomar uma decisão, tudo isso é permitido quando o assunto é a sua felicidade. Portanto, se você encontra-se nessa situação:

Pare de ouvir os outros, principalmente aqueles que dizem que você está velha para mudar de rumo – isso não existe!

Não jogue o sentimento para debaixo do tapete, isso não vai eliminá-lo!

Seja absolutamente honesta com você mesma: o que você quer, o que você sente, o que fez errado de verdade, como pode mudar – e acredite, você pode!

Veja, isso está longe de ser uma receita ou uma sessão de terapia. São apenas toques que servem para mim, que aprendi: a decepção dá, mas passa!

04:40

Vislumbre de um olhar triste

Um certo olhar triste, vislumbre de incertezas, incertezas sobre coisas que se deseja e que se ama, incerteza sobre o futuro em um lugar ou em outro, incerteza sobre a capital ou o interior, incerteza sobre a capacidade de se chegar aos sonhos, Sonhos grandes como o futuro... Futuro, a maior das incertezas. A incerteza trás um pouco de tristeza sim, mas também trás a força necessária pra seguir sempre em frente.

19:14

Acordar




Estou aprendendo aos pouquinho que não se pode esperar o amanhã para se decidir o que você quer ser hoje. O tempo é aqui e agora, e cada momento só se fará verdadeiro quando se acordar da sonolência, da inércia e da espera pelo o que se acha que os outros poderão fazer por você.


Acordar

19:04

Coração Selvagem




O tempo nos leva para encontros e desencontros no próprio tempo, assim explico minha toral dedicação aos meus afazeres, diversos.Em voltas a tantos compromissos.
Que seja sempre um coração selvagem este meu:

“Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão,

o meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver.

E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza

e arriscar tudo de novo com paixão”

(Coração Selvagem, Belchior)

15:51

Sala de aula


"A sala de aula é um local do ponto de vista das relações que se estabelecem entre aluno aluno, aluno e professor e destes com o conhecimneto , uma vez que, cotidianamente, essas relações têm ocorrência sistematica, sendo planejadas com base em alguma perpectiva didático-pedagógica. Nesta parte, será considerado o aspecto cognitivo delas, lembrando, no entanto, que outros aspectos igualmente importantes, tal como o afetivo, estão presentes nas interações entre professor e alunos em sala de aula"
(Demétrio Delizoicov)

15:19

EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS




A educação sem fronteiras é o sonho de qualquer educador, de todo aluno e de todos os pais de alunos, enfim um sonho para uma sociedade mais justa. Mais justa a medida que o ensino vai além das fronteiras do preconceito em todas as suas formas, abrangendo e levando educação de qualidade a todos, sem distinção de raça, classe social, sexo, ou qualquer outro tipo de diferenciação. Para tanto, é necessário indicar pistas de um agir coerente com a responsabilidade, com a conseqüência das escolhas que um ser humano traça em sua existência, e é esse o dever primeiro da escola!

A educação é um dos pilares da sociedade e a forma como as instituições de ensino conduzem o aluno, trazem significativas mudanças para o futuro tanto do aluno como da sociedade.

O aluno precisa ter no ambiente escolar um porto seguro, um local que alem da aprendizagem, propicie seu bem estar, seu crescimento continuo.

A instituição escolar deve transmitir alem dos ensinamentos curriculares os ensinamentos básicos para um bom convívio em sociedade e para tanto extirpar toda e qualquer forma de preconceito, toda ação ou omissão nesse sentido. A escola deve cumprir seu papel social. Deve ser socialmente responsável. Deve propiciar uma educação sem fronteiras.

A educação deve se pautar no ato de educar, de formar o indivíduo para um futuro profissional, mas também para um bom convívio em sociedade - antes de tudo temos que reconhecer que as diferenças existem - e as distinções em forma de preconceito não podem e não devem ocupar lugar nesse ambiente.

Portanto, o preconceito ou injustiça não são apenas em função de alguns grupos serem prejudicados na aquisição de escolaridade, mas também devido ao fato desta divisão de grupos determinarem as chances dos indivíduos por toda vida, e por longas gerações. Nelson do Valle Silva neste sentido diz que:

"(...) alguns estudiosos da questão [e.g. Tilly, 1999] sugerem que de maior significância sociológica é a análise das desigualdades entre grupos sociais definidos a partir de categorias nominais, tais como as de gênero ou raça, dada a possibilidade da existência de instituições [por exemplo, mecanismos discriminatórios ou de segmentação de mercado] que as mantenham, tornando-as "desigualdades duráveis". As desigualdades entre indivíduos podem ter origem numa quantidade muito grande de fatores, muitos deles irrelevantes para a análise, incluindo mesmo um elemento irredutivelmente aleatório, que alguns interpretam como "acaso" ou "sorte" [e.g. Jenckins et alii, 1971]. Assim, de um ponto de vista de justiça social, pode-se argumentar pela maior relevância de se focalizar a evolução das desigualdades entre grupos sociologicamente relevantes do que pela exclusiva fixação na desigualdade entre pessoas. (Silva, 2003, p.455)".
Através da escola, da faculdade, enfim do ensino de forma geral o aluno é, a cada dia, moldado em conformidade com os parâmetros da instituição e dos seus professores e colegas, portanto o convívio com estes refletirá para sempre em sua vida. A educação é o instrumento mais eficaz para se moldar valores, comportamentos e habilidades. A educação, face à evidente globalização do planeta, deve preparar as gerações futuras para uma sociedade multicultural.

Canen (2001) define o multiculturalismo como um conjunto de princípios e práticas voltados à valorização da diversidade cultural bem como para o desafio de preconceitos e estereótipos a ela relacionados. O multiculturalismo é visto como um princípio ético que tem originado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi vetado o direito de preservarem suas características culturais.

Portanto é necessário introduzir elementos de uma visão mais universal nos bancos escolares, de maneira a criar uma apreciação pelo diferente. As diferenças não se constituem necessariamente em conflito e o conflito não implica obrigatoriamente em discriminação ou violência, assim como harmonização não significa homogeneidade.

Outro fator preocupante é o individualismo que acomete o ser humano dia -a- dia. Os seres humanos, às vezes, se assemelham a máquinas movidas pela vaidade. Caminham sem saber para onde.

Melhor seria se essa individualidade fosse substituída por laços de ternura e companheirismo. Afinal o que são os alunos e professores, senão colegas em busca do eterno aprendizado?! Neste sentido Augusto Cury em sua obra, Pais brilhantes Professores fascinantes:

"A educação moderna está em crise, porque não é humanizada, separa o pensador do conhecimento, o professor da matéria, o aluno da escola, enfim, separa o sujeito do objeto."

A secura e distanciamento entre professor e aluno devem dar lugar a uma relação de carinho e proximidade. Uma proximidade tal que o aluno seja levado a querer aprender. A desejar sempre mais e que o educador sinta-se como um elemento de importância fundamental na vida daquele aluno que levará para sempre os ensinamentos adquiridos. Enfim, o professor deve ser um aliado na construção do indivíduo - aluno e não, simplesmente, um transmissor de disciplinas.

Educar sem fronteiras é educar com amor!

Referencias

CANEN. Universos Culturais e Representações Docentes: subsídios para a formação de professores para a diversidade cultural. Educação & Sociedade, 2001, n.77, p.207-227.

CURY A. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes: Ed. Sextante - RJ - 2003, pág. 139.

SILVA N. V. 2003b. Duas décadas de seletividade marital educacional no Brasil. In: SILVA, N. V. e HASENBALG, C. Origens e Destinos - Desigualdades sociais ao longo da vida. Rio de Janeiro: Topbooks, p.359-380.